Quarta, 27 de abril de 2011


Qual seu verdadeiro nome?



Qual o seu verdadeiro nome? Você consegue ver a barreira que separa você dos demais seres? Onde termina o "você" e começa o "outro"? Será que você é totalmente independente daquilo que você chama de "o outro"?

No texto dessa semana (clique aqui) Thich Nhat Hanh de uma forma poética e forte abre nosso coração para entendermos que eu e outro na verdade somos um só. Essa visão abre nossa mente para novas possibilidades de ação no mundo, ele abre as portas do coração, as portas da compaixão. Esse texto é baseado no poema abaixo "Por favor me chame pelos meus verdadeiros nomes", que na minha opinião é um dos mais bonitos do Thay.

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Por favor, me chame pelos meus verdadeiros nomes



Não diga que terei que partir amanhã pois,
Mesmo hoje, eu ainda estou chegando
Olhe profundamente; chego a cada segundo
Para ser um broto num galho primaveril,
Para ser um pequeno pássaro, com asas ainda frágeis
Aprendendo a cantar em meu novo ninho,
Para ser uma larva no coração de uma flor,
Para ser uma jóia que se esconde numa pedra.

Ainda chego, para poder rir e chorar,
Para poder ter medo e esperança,
O ritmo do meu coração é o nascimento e a morte
De tudo o que está vivo.

Eu sou a efeméride se metamorfoseando sobre a superfície do rio
E eu sou o pássaro que, quando a primavera chega,
Chega em tempo para comer a efeméride.

Eu sou o sapo nadando feliz na água clara de um lago,
E eu sou a cobra do mato, que, aproximando-se em silêncio,
Se alimenta do sapo.

Sou a criança de Uganda, toda pele e ossos,
Minhas pernas tão finas como caniços de bambu,
E eu sou o mercador de armas, vendendo armas mortais a Uganda

Sou a menina de doze anos
Refugiada em um pequeno barco,
Que se joga ao oceano
Depois de ter sido estuprada pelo pirata do mar.
E sou o pirata,
Com meu coração ainda não capaz
De ver e amar.

Sou um membro do Politburo,
Cheio de poderes em minhas mãos.
E sou o homem que tem que pagar
Seu "débito de sangue" para meu povo
Morrendo lentamente em um campo de trabalhos forçados.

Meu prazer é como a primavera, tão quente que faz
As flores desabrocharem em todos os confins da vida.

Minha dor é como um rio de lágrimas,
Tão cheio que enche todos os quatro oceanos.

Por favor, chame-me por meus verdadeiros nomes,
De modo que eu possa ouvir todos os meus gritos e
Risos ao mesmo tempo,
De modo que eu possa ver que meu prazer e dor são um.

Por favor, chame-me por meus verdadeiros nomes,
De modo que eu possa despertar e de modo que
Possa ficar aberta a porta do meu coração,
A porta da compaixão.

-Thich Nhat Hanh

Programa de Redução do Estresse



No dia 6 de maio, as 19:30hs, no Espaço Saúde de Laranjeiras, Rio de Janeiro, acontecerá a palestra "Aprendendo a Lidar com Situações Perturbadoras" com Alexandre Saioro. Alexandre é editor especializado na área de saúde, e praticande de meditação budista desde 1986.

O Espaço Saúde fica na Rua Mário Portela 49, Laranjeiras - tel: (21)2265-4740. A entrada é gratuita. Para mais informações sobre o Programa de Redução do Estresse visite http://a-artedoestresse.blogspot.com



Plena Consciência



Plena Consciência no sentido mais geral tem a ver com acordar de uma vida no piloto automático e ser sensível a novidade nas nossas experiências diárias. (...) Ao invés de estar no automático e sem atenção, a plena consciência nos ajuda a acordar e ao refletir na mente nós somos capazes de fazer escolhas e, portanto, a mudança se torna possível.

(...)Uma definição operacional de Plena Consciência é a consciência que emerge através de prestar atenção de propósito no momento presente, sem julgamentos sobre a experiência que se desdobra momento a momento.

-Daniel J. Siegel