Quinta, 2 de outubro de 2008

As Três Respostas

Essa semana trazemos a você um texto (clique aqui) que é a parte final de uma carta de Thay para Quang, seu substituto na Escola da Juventude para Serviços Sociais no Vietnã, com instruções de como preparar os novos militantes pacifistas. Thich Nhat Hanh nesse texto conta uma história de Tolstói procurando responder 3 perguntas:

Qual o tempo mais oportuno para se fazer cada coisa?

Quais as pessoas mais importantes com quem trabalhar?

Qual a coisa mais importante a ser feita?

Uma leitura surpreendente (clique aqui). Seja generoso e divida seu insight sobre o texto em nosso blog. Basta clicar aqui.

Caminhada meditativa no Jardim Botânico

Apesar do tempo bastante instável no Rio de Janeiro no último domingo, fizemos nossa caminhada meditativa no Jardim Botânico. A prof. Fátima liderou movimentos de plena consciência no início e depois caminhamos por alguns minutos pelo parque antes que a chuva nos obrigasse a interromper nossa meditação. Para ver algumas fotos do evento clique aqui.

Fique atento porque breve organizaremos nova caminhada!

Reflexão sobre o 5o. Treinamento

Essa semana trago para você o depoimento da Jaqueline da Sangha Virtual sobre a prática do Quinto Treinamento. Se você também quiser dividir sua prática deste treinamento coloque uma mensagem no nosso blog clicando aqui.

Jaqueline: Sou de família de alcoólicos e sei a dor e o fundo de poço que esse condicionamento causa aos seres.

Por acompanhar o sofrimento do alcoolismo de perto desde cedo (meus dois tios paternos, um deles por quem eu nutria um afeto particularmente especial, foram vítimas das conseqüências do uso abusivo do álcool), eu também percebi essa inter-relação que você compartilhou ter observado - cada vez que eu bebo, eu incito, mesmo que à distância, que um alcoólico continue a consumir esse veneno. E se eu bebo junto, mesmo que "socialmente", eu incito ainda mais.

Com esse histórico, beber sempre foi "conscientemente doloroso" para mim. Há quatro anos, decidi que não valia à pena manter essa "dor social" na consciência. Nessa época, eu ainda não praticava o budismo.

O meu problema particular foi o cigarro. Eu só consegui parar efetivamente de fumar há 1 ano e meio atrás, época em que eu já não comia animais mortos e já tinha encontrado o Dharma. Mesmo sabendo que era um atentado contra mim e um endosso à comercialização do fumo, eu não conseguia me desabituar.

Entretanto, devagarinho eu consegui tirar um cigarro por vez do maço e passei alguns meses fumando apenas um por dia. No meu aniversário do ano passado, eu me comprometi comigo mesma que me daria o melhor presente de todos - minha liberdade. E, com ela, um incentivo cada vez menor à produção e comercialização de fumo, que também leva à morte de milhares de seres humanos, direta ou indiretamente afetados por ele.

Não foi fácil. Mas, hoje em dia, ser ex-fumante é menos penoso do que foi da primeira vez que deixei de fumar. Tenho certeza de que a prática do Dharmma regou as sementes certas na minha consciência. Um abraço,


Frustração

O primeiro passo para mudar a mente
é identificar quais estados mentais
produzem felicidade
e quais produzem sofrimento.
No budismo, estados de mente que conduzem
à paz e felicidade são chamados de mentes virtuosas,
e aqueles que perturbam nossa paz
e nos causam sofrimento são chamados de delusões.

Delusões são maneiras distorcidas
de enxergar a nós mesmos, aos outros
e ao mundo que nos rodeia.

Todas as delusões funcionam dessa maneira,
projetando no mundo
suas próprias versões distorcidas da realidade
e, então, relacionando-se com essas projeções
como se fossem verdadeiras.

Quando nossa mente está sob a influência
das delusões,
perdemos o contato com a realidade
e, num certo sentido,
é como se estivéssemos alucinando.

Uma vez que nossa mente está
o tempo todo sob a influência
de, pelo menos, formas mais sutis de delusão,
não é de se estranhar
que nossa vida esteja repleta de frustação.

- Geshe Kelsang Gyatso (do livro Oito passos para a felicidade, p. 10)