Quarta, 4 de maio de 2011


A prática da mente incomensurável



Thich Nhat Hanh neste texto (clique aqui) te oferece uma outra maneira de cuidar de sua dor. De como suportar sua dor mais facilmente. De como aceitá-la com todo o sofrimento. É ótimo se você puder transformá-la, mas enquanto ela ainda está ali, há maneiras pelas quais você pode viver em paz com ela.

Ele ensina que temos de praticar o amor direcionado a nosso próprio eu, corpo e mente. Devemos aprender como amar, e primeiro amar a nós mesmos. Amor não é apenas a vontade de amar. Amor é a capacidade de reduzir a dor e oferecer a paz e a felicidade. Tudo isso é prática. E você pode praticar.

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Vesak 2011



Com as várias crises que estamos testemunhando em diferentes partes do mundo, está claro que a era das nações independentes com fronteiras e interesses separados está gradualmente chegando ao fim. Está claro que o sofrimento e a dor de uma nação está fundamentalmente ligado e é compartilhado pelos corações das pessoas de todas as nações. Está claro que a instabilidade e depressão de uma nação afeta a prosperidade e segurança das pessoas por todo o planeta. No nosso tempo presente, está claro que o desenvolvemento social e econômico e todos os desafios que vêm com ele não são mais problemas individuais.

-Thich Nhat Hanh (extraído da mensagem para o Vesak Internacional 2011)

Novo Centro de Prática na Austrália



Há um novo centro de prática da tradição de Plum Village no mundo. É o monastério Nhap Luu localizado a 160 Km a oeste de Melbourne, Austrália. O terreno foi doado pela sangha Green Bamboo em janeiro de 2010 depois de 10 anos de desenvolvimento deste projeto. Há monásticos residentes e já houve inclusive um primeiro retiro organizado.



O que não está errado?



Muitas vezes perguntamos: "O que está errado?” Ao fazê-lo, convidamos dolorosas sementes de mágoa a se manifestarem. Sentimos depressão, raiva, sofrimento e produzimos mais sementes dessa natureza. Seríamos muito mais felizes se tentássemos nos manter em contato com as sementes saudáveis, alegres, dentro de nós e à nossa volta. Deveríamos aprender a perguntar, "O que não está errado?" e a manter contato com a resposta. Há tantos elementos no mundo e no nosso corpo, sentimentos, percepções e consciência, que são saudáveis, revigorantes e medicinais. Se nos bloquearmos, se ficarmos na prisão da nossa tristeza, não entraremos em contato com esses elementos salutares.

A vida está repleta de maravilhas, como o céu azul, a luz do sol, os olhos de um bebê. Nossa respiração, por exemplo, pode ser muito prazerosa. Eu aprecio minha respiração todos os dias. Muitas pessoas, porém, só descobrem a alegria de respirar quando têm asma ou nariz entupido. Não precisamos esperar uma crise de asma para apreciar nossa respiração. A mente alerta para os preciosos elementos da felicidade é em si a prática da correta conscientização. Esses elementos estão dentro de nós e ao nosso redor. Podemos apreciá-los a cada segundo das nossas vidas. Se agirmos assim, serão plantadas em nos sementes de paz, alegria e felicidade, e elas se fortalecerão. O segredo da felicidade é a própria felicidade. Onde quer que estejamos, à hora que for, temos a capacidade de apreciar o sol, a presença do outro, a maravilha da respiração. Não temos de viajar para nenhum lugar para isso. Podemos entrar em contato com esses elementos neste exato instante.

Quando plantamos alface e ela não cresce bem não pomos a culpa na alface. Investigamos os motivos que a levaram a não se desenvolver. Pode ser que ela precise de mais adubo, mais água ou menos sol. Nunca pomos culpa na alface. No entanto, se temos problemas com nossos amigos ou com nossa família, culpamos os outros. Se soubermos como cuidar das pessoas, elas também se desenvolverão como alface. A culpa não produz nenhum efeito positivo, da mesma forma que as tentativas de persuasão pelo raciocínio e pela discussão. Essa e a minha experiência. Nada de culpa, nada de raciocínio, nada de discussão; apenas a compreensão. Se compreendermos e demonstrarmos que compreendemos, o amor se torna possível e a situação se modifica.

Um dia, em Paris, dei uma palestra sobre a ausência de culpa da alface. Depois da palestra, estava só, em meditação andando, quando virei uma esquina e ouvi uma menina de oito anos falando com a mãe, "Mamãe, lembre-se de me regar. Eu sou a sua alface." Fiquei extremamente feliz por ela ter compreendido tão bem minha mensagem. Ouvi, então, a resposta da mãe. "E, minha filha, e eu também sou sua alface. Não se esqueça de me regar também." A mãe e a filha praticavam juntas. Foi muito bonito.

-Thich Nhat Hanh