Segunda, 9 de maio de 2016

Refúgio na Mãe Terra



No texto (clique aqui) que sugerimos essa semana Thich Nhat Hanh diz que nossa sociedade não está muito saudável. Por isso, muitos estão doentes e nós precisamos de cura e nutrição. Temos nos embriagado com venenos. Nossa mente tem muitos venenos como a ganância, ódio, raiva e desespero. Nosso corpo também tem muitos venenos, porque não sabemos como consumir.

Segundo ele se observarmos, veremos que a Mãe Terra tem o poder, a capacidade de curar-se e curar-nos. Se reconhecermos esse fato, poderemos tomar refúgio nela. Nós nos permitimos ser curados pela Mãe Terra. Ao sentarmos, temos a cura. Enquanto caminhamos, temos a cura. Enquanto respiramos, nós temos a cura.

Leia o texto (clique aqui) e receba os insights de Thay. Se quiser depois nos diga o que você achou do texto em nosso blog. Será muito útil. Basta clicar aqui.

Plena Consciência



Cada longa viagem começa com um pequeno passo, um giro da roda. Nossa paz e liberdade começam por pegar a colher com plena atenção. Cada atividade na vida diária é uma oportunidade para praticarmos a plena consciência. Beber o chá ou comer com nosso corpo e mente no aqui e agora é plena consciência. Olhar para nossos amados com nossos olhos e nosso coração abertos é a prática de plena consciência. Não olhe para eles e pense em algo mais. Porque fazemos isso? Porque temos energias de hábito de nossas mentes que as levam a vagar para longe do nosso corpo.

- Thich Phouc Tinh

Estar Consciente do Aqui e Agora



Enquanto a doença não tenha passado rente a nós, a vida parece infinita e acreditamos que sempre haverá tempo para lutarmos pela felicidade. Antes preciso obter meus diplomas, receber meus créditos, é preciso que as crianças cresçam, que eu me aposente, mais tarde pensarei na felicidade. Adiando sempre para o dia seguinte a busca do essencial, corremos o risco de deixar a vida escoar entre nossos dedos, sem jamais tê-la de fato saboreado.

É essa curiosa miopia, essas hesitações, que o câncer vem por vezes abalar. Devolvendo à vida sua verdadeira fragilidade, ele lhe restitui seu autêntico sabor. Algumas semanas depois de receber o diagnóstico de câncer no cérebro, tive o sentimento estranho de que tinham acabado de retirar as lentes cinzentas que velavam minha vista.

Um domingo à tarde, eu olhava Anna no pequeno cômodo ensolarado de nossa minúscula casa. Ela estava sentada no chão, ao lado de uma mesa baixa, tentando traduzir poemas do francês para o inglês, com um ar concentrado e calmo. Pela primeira vez eu a via como ela era, sem me perguntar se eu devia ou não preferi-la em vez de uma outra. Eu via simplesmente sua mecha de cabelo caindo graciosamente quando ela inclinava a cabeça sobre o livro, a delicadeza de seus dedos segurando tão levemente a caneta. Estava surpreso por nunca ter notado a que ponto as imperceptíveis contrações de seu queixo, quando ela tinha dificuldade para encontrar a palavra que procurava, podiam ser comovedoras. Tinha a impressão de vê-la de repente tal como ela era de fato, liberada de minhas questões e minhas dúvidas. Sua presença se tornava inacreditavelmente enternecedora. O simples fato de poder partilhar aquele instante me surgia como um privilégio imenso. Como eu pudera deixar de vê-la assim antes?

- David Servan-Schreiber (do livro "Anticâncer")

Tempo



Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas,
que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

- Fernando Pessoa