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Domingo, 12 de outubro de 2025
Renascimento reencarnação ou continuação?
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No vídeo desse semana (clique aqui) Thich Nhat Hanh nos ensina sobre a visão budista sobre renascimento, continuação. A natureza da consciência é apresentada como um caminho que transcende os extremos do eternalismo e do niilismo. O eternalismo é a visão errada de que, após a morte, uma alma ou consciência permanente continua, enquanto o corpo perece. O niilismo ou aniquilação é a visão oposta errada, que afirma que tudo desaparece completamente com a desintegração do corpo. O Budismo, por sua vez, propõe a impermanência, que se alinha com a ciência ao reconhecer que tudo, incluindo a consciência, existe em manifestações instantâneas, como "flashes" ou uma natureza "cinematográfica". A consciência não tem a noção de alma duradoura.
Thay ensina que a chave para compreender o renascimento e a continuação é a luz da impermanência e da ausência de eu. O renascimento não é algo que acontece apenas no futuro após a morte; ele ocorre a cada momento, aqui e agora. A cada instante, renovamo-nos e renascemos. Isso é possível porque, a cada momento, produzimos pensamento, fala e ação (karma), que têm um efeito contínuo no mundo.
Depois de assistir o vídeo (clique aqui) você pode também ler o texto da transcrição (clique aqui). Lembro que os vídeos tem legenda em português, ajuste a configuração no YouTube.
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Impermanência
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Se há uma coisa que a vida nunca prometeu, foi estabilidade. Ainda assim, a gente insiste em querer que tudo dure: um amor, uma viagem, uma fase boa... Seguramos como se fosse possível congelar o tempo.
O paradoxo é que, mesmo sabendo que nada dura, vivemos como se o “para sempre” fosse garantido. E, quando ele não vem, sofremos…
Porque acreditamos que merecemos controlar o futuro.
Porque nos apegamos a uma ideia fixa de como a vida “deveria ser”.
Porque, em algum lugar, a gente acha que a felicidade só existe quando é permanente.
A verdade é que nada é permanente. A natureza nos mostra isso a cada instante: as folhas secam, as ondas quebram e o dia vira noite. O tempo apenas segue. Ainda assim, resistimos. Criamos planos perfeitos, agendas lotadas e projetos de vida de 5, 10 ou 20 anos, como se fosse possível prever cada detalhe. Só que a vida não funciona seguindo o nosso roteiro. No budismo, a impermanência é um dos princípios fundamentais: anicca. Nos estóicos, aparece como memento mori: a lembrança de que a vida é breve — e de que só a aceitação disso dá sentido à existência. Tudo muda, tudo flui e nada permanece igual. Curiosamente, até a ciência reforça essa ideia. A neurociência mostra que nossos cérebros estão em constante transformação, formando e desfazendo conexões a cada experiência. Ou seja, nem mesmo nós permanecemos os mesmos por muito tempo. Mas o que fazemos? Lutamos contra a realidade.
Queremos que um relacionamento nunca termine. Que uma fase boa nunca passe. Que um corpo jovem nunca envelheça.
E, nessa luta, criamos um segundo sofrimento: o de não aceitar o óbvio. A dor de resistir ao que já está acontecendo. Aceitar a impermanência é viver com mais presença. O problema não é que as coisas acabam. O problema é não aceitar que elas acabam.
- @Gabi
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Nossa incapacidade
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O Buda ensina que todas as nossas dificuldades e ansiedades provêm da nossa incapacidade de ver a face verdadeira, ou o sinal verdadeiro das coisas, isto é, apesar de enxergarmos a aparência, não reconhecemos a natureza impermanente e interdependente das coisas vistas por nós.
- Thich Nhat Hanh
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Livro Sugerido
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Sobre Thich Nhat Hanh
Thich Nhat Hanh, monge budista vietnamita, poeta e ativista dos direitos humanos. Em 1967 foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por Martin Luther King. Autor de mais de 60 livros. Com idade avançada, após sofrer um AVC, Thich Nhat Hanh passou a morar em um monastério no Vietnã e faleceu em 22 de janeiro de 2022. Seus alunos viajam por todo o mundo conduzindo retiros na arte de viver em plena consciência.
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