Quinta, 11 de novembro de 2010


Cultivando a Base do Nosso Ser



Sugerimos que você estude a palestra de Dharma (clique aqui) compartilhada pelo irmão Phap Hai, um professor de Dharma Sênior da tradição de Plum Village (Thich Nhat Hanh).

Phap Hai chama os praticantes espirituais de "cultivadores", cultivadores das sementes que nós temos em nossa consciência, criando condições que permitam que as sementes positivas venham adiante. Em vez de ser uma prática de trabalho duro, através do cultivo da plena consciência nós permitimos que nossa sabedoria inata floresça, no seu próprio tempo e modo.

Através da comparação com a fábula da busca dos cavaleiros do Rei Arthur pelo Santo Graal, ele mostra que o cultivo nos guia através da busca pelo nosso Graal, nossa aspiração mais profunda. Ele nos conduz pela fábula, misturadas com histórias do Buda e ensinando em profundidade.

Leia o texto (clique aqui), e depois divida seu insight em nosso blog. Basta clicar aqui.



Escutatória



Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.(...)

Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. (...) Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...

- Rubem Alves


Prática de paz



"Nos últimos anos, Thich Nhat Hanh sugeriu mais de uma vez que palestinos e judeus sentassem juntos em meditação e que praticassem a escuta profunda e o compartilhar do sofrimento de cada grupo. A sugestão de Thay plantou as sementes de um sonho.

Alguns anos atrás, alguns praticantes israelenses começaram o processo de realizar este sonho que tinham em seus corações há muito tempo. Separadamente, estas pessoas sonharam o mesmo sonho, e as condições estavam perfeitas para se encontrarem, trocarem idéias e tornar isso uma realidade. Este sonho era trazer um grupo de judeus e palestinos juntos a Plum Village. Agora que este grupo está aqui por duas semanas, Thay nos pediu para dividirmos esta experiência com você."


Continue a ler esta mensagem da Sangha de Israel clicando aqui.


O que fazer primeiro?



Um aluno me perguntou “Existem tantos problemas urgentes, o que eu devo fazer?”

Eu respondi: “Escolha uma coisa e faça-a muito cuidadosamente e profundamente que, ao mesmo tempo você estará fazendo tudo.”

- Thich Nhat Hanh