Domingo, 6 de outubro de 2019

Fala amorosa



Quando você tem que dizer às pessoas uma má notícia, dizer a verdade pode ser difícil. Se você não fala atentamente, a outra pessoa pode ficar muito zangada ou ansiosa depois de ouvir sua "verdade". Podemos nos treinar para falar a verdade de tal maneira que, no final, a outra pessoa possa aceitá-la.

Essa semana compartilhamos um texto (clique aqui) onde Thich Nhat Hanh nos nos convida a aprender e treinar a fala correta, aquele tipo de fala que transmite sua visão, compreensão e compaixão. Quando praticamos a Fala Correta, nos sentimos maravilhosos em nossos corpos e em nossas mentes. E quem nos escuta também se sente maravilhoso.

Leia e pratique (clique aqui). Compartilhe depois seu insight sobre o texto em nosso blog. Basta clicar aqui.

Eu não estou aqui



Eu tenho um aluno no Vietnã que quer construir uma estupa para minhas cinzas quando eu morrer. Ele e outros querem incluir uma placa com as palavras "Aqui jaz meu amado professor". Eu disse a eles para não desperdiçar a terra do templo com isso. "Não me coloquem em um potinho e me deixem lá!" Eu disse. "Não quero que minha continuação seja assim. Seria melhor espalhar as cinzas do lado de fora para ajudar as árvores a crescer". Sugeri que, se eles ainda insistissem em construir uma estupa, que colocassem uma placa dizendo: "Eu não estou aqui". Mas, caso as pessoas não entendessem, poderiam adicionar uma segunda placa: "Eu também não estou lá fora". Se as pessoas ainda não entendessem, poderiam escrever na terceira e última placa: "Eu posso ser encontrado no seu jeito de respirar e andar".

- Thich Nhat Hanh

O Interser



Nenhum homem é uma ilha, um ser inteiro em si mesmo; todo homem é uma partícula do Continente, uma parte da terra. Se um pequeno torrão carregado pelo mar deixa menor a Europa (...) também a morte de um único homem me diminui, porque eu pertenço à Humanidade. Portanto, nunca procures saber por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti.

- John Donne

Porque temos que morrer um dia?



Imagine que só o nascimento existisse, e a morte não existisse. Um dia dificilmente haveria lugar na Terra para se ficar em pé. Morrer significa deixar lugar para os nossos filhos. E quem são os nossos filhos? Nossos filhos somos nós mesmos. Nossos filhos são nossas novas manifestações. O filho é a continuação do pai. O pai olhando para o filho tem o sentimento que ele não morrerá porque o seu filho existe para continuá-lo. Olhando desta maneira você vê que não está morrendo, você está continuando no seu filho. E o seu filho não está morrendo porque ele está continuando no neto e assim por diante. Meditação budista nos ajuda a olhar profundamente para ver que não há realmente morte, mas continuação em formas diferentes.

Veja a nuvem no céu. A nuvem pode ter medo de morrer. Mas existe um momento em que a nuvem tem de ser transformada em chuva para cair. Mas isto não é realmente morrer. Isto é mudar de forma. A nuvem se transforma em chuva e a nuvem continua na chuva. Se você olhar profundamente para a chuva você pode ver nuvem. Não há realmente morte. Você continua a existir em muitas outras formas. A nuvem pode continuar na forma de neve, na forma de chuva, na forma do rio, na forma de gelo. Um dia a nuvem pode se tornar um sorvete. Se a nuvem não morresse como poderíamos ter sorvete para tomar?

- Thich Nhat Hanh